20 de mai. de 2020

Direita e Esquerda na Umbanda



A DIREITA NA UMBANDA


A direita é a face mais conhecida da Umbanda. É nela que estão as entidades que são os símbolos mais conhecidos da religião. Existem três linhas principais na direita tradicionalmente e elas formam uma trindade Umbandista, são um tripé sobre o qual a religião está assentada: Pretos-velhos, Caboclos e Erês. 
A trindade preto-velho/caboclo/erê representa, respectivamente a sabedoria, a força e a pureza. Representam, ainda, um aspecto tríplice da missão da direita na Umbanda: ensinar, carregar e purificar. 

A Sabedoria -  Pretos-Velhos


O Umbandista está sempre em busca da sabedoria e tal virtude é simbolizada nos mais velhos, que já viram de tudo e podem nos aconselhar sobre quais caminhos são melhores de percorrer no mundo. As entidades que trabalham nas linhas de preto-velho estão entre as mais experientes, elevadas espiritualmente e sábias que baixam em um terreiro. São tratadas com atenção especial pelas outras entidades porque assim como no físico, no astral também é ensinado a ouvir os que viveram mais e sabem mais do que nós. Representar o ensinar na Umbanda por motivos óbvios, a detenção de grande conhecimento e sabedoria. 

A Força - Caboclos

Os Caboclos são a mais expressão da presença ameríndia na Umbanda. Caboclo é imediatamente identificado como índio, embora nem todos o tenham sido. São representantes da força, trazem a energia bruta da direita, a força das matas, dos rios, das pedreiras para vibrar na Umbanda e ajudarem os necessitados que acorrem aos terreiros em busca de auxílio. Representam o carregar porque sua simples presença exala energia pura dos pontos de força. 

A Pureza - Erês



Jesus Cristo dizia que quem não se fizer como as crianças não poderá adentrar no reino dos céus. Significa que a pureza de espírito é indissociável da evolução espiritual. A função das crianças é trazer a pureza, trabalhar o emocional tirando os estresses, as preocupações, as dores do espírito. Nos levar à nosso eu mais leve, mais puro. Não é à toa que seus instrumentos de trabalho, os doces, costumam aliviar até mesmo os maiores estresses ou preocupações. Embora, tais como os doces, não podemos querer apenas a pureza dos Erês. É preciso da sabedoria dos preto velhos para entender a vida e a força dos caboclos para não desistir dela. A grande diferença dos erês como representação da pureza é que a energia pura pode penetrar em qualquer espaço, então é característica das crianças a possibilidade de viajar entre diferentes vibrações, razão pela qual é muito comum essas entidades darem recado das outras aos seus médiuns. 

Um médium de Umbanda dificilmente não possuirá ao menos uma entidade de trabalho em uma das 3 linhas citadas acima. São elas as grandes propulsoras da sabedoria, da força e da inocência, todas essenciais para o desenvolvimento espiritual e pessoal. 



A ESQUERDA NA UMBANDA


A esquerda da Umbanda é o grande pólo de equilíbrio, é a corda que segura a lona de pé para que o circo possa fazer seu espetáculo. Existem diversas linhas de entidades que trabalham na esquerda, descarregando e protegendo os trabalho. Entretanto, tal como na direita, é possível fazer uma divisão básica das linhas elementares. 

Exu: Grande guarda dos trabalhos, responsável por manter as coisas ruins de fora de uma corrente. Grande conhecedor das artes negras para que possa combatê-las. Exu é o pólo masculino da esquerda. Ele vibra combatendo a energia dos vícios ligados à energia masculina, a agressividade, a violência, o desregramento financeiro, a falta de foco para o trabalho e o sexo desregrado. 

 Bombogira: Muitas vezes considerada um Exu feminino, pela confusão normalmente feita entre suas funções. Bombogira combate os excessos ligados à energia feminina fazendo par com exu, o desequilíbrio emocional, a passividade doentia, desregramentos financeiros e sexuais. 

Em regras gerais, de forma simplista, podemos dizer que Exu lida com problemas materiais e Bombogira com os emocionais, mas é apenas uma divisão grosseira para que se entenda que cada um tem seu papel. A verdade é que os papéis são similares, porém complementares, um não substitui o outro. Por tal razão, todo médium de trabalho possui um casal dessas entidades que trabalham junto consigo auxiliando. 


Exu-mirim e Bombogira-mirim: São as crianças da esquerda. Tal como as crianças da direita, representam pureza, no entanto, trabalham nas zonas de maior densidade psíquica. Sua função de forma simbólica é proteger a pureza da corrupção, enquanto a dos erês é elevar a pureza. Na prática, são entidades que por transitarem com facilidade entre os os níveis vibracionais, podem levar mensagens e força para que o trabalho dos Exus e Bombogiras seja realizado, servindo de ponte entre a força dos guardiões e a mãos trabalhadoras dos benfeitores da esquerda. Por tal razão, não é necessário que um médium tenha um casal formado por Exu-mirim e Bombogira-mirim. Assim como no caso dos Erês, é possível ter um masculino e outro feminino, dois masculinos, dois femininos ou tantos quantos a espiritualidade julgue necessários, sejam de quais sexos forem, inclusive nenhum, pois não é linha de trabalho cuja incorporação se faz imprescindível.

Essas são as linhas mais tradicionais, com exceção dos últimos, exu e bombogira mirim, que não são vistos em toda parte. Embora existam outras correntes de trabalhadores astrais na Umbanda, começar falando apenas sobre estas é uma ótima forma de mostrar como a religião funciona no astral. Em outro post falaremos de outras linhas de trabalho da esquerda e da direita.
Créditos das imagens: pixabay.

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