10 de abr. de 2020

Saber, Querer, Ousar, Calar - Os pilares do templo mágico




Ser um mago é como tentar não pensar em trens. Se você conseguir, é melhor não parar para pensar que o fez, ou os malditos trens invadirão sua mente imediatamente. Se você pensa demais sobre como um mago ou como pode mostrar as pessoas que se tornou um, ficará cada vez mais longe deste estado. Isto se chama humildade (ou não ser um babaca), e nela se resume a máxima magística CALAR.

Ser um mago é não se limitar pelos outros. Não ache que o mago que da um curso, que escreve um livro, faz vídeos ou por algum motivo é mais exposto e reconhecido que você tem mais potencial apenas por isto. Não coloque aquele ocultista que você admira como o objetivo do seu caminho, as vezes ele está patinando mais que você para avançar no dele. Isto se chama auto confiança (ou não ser uma ovelha estúpida), e nela se resume a máxima magística OUSAR.

Ser um mago é conhecer a si mesmo. É entender que somos seres com múltiplas camadas, umas por vezes manipulando as outras, apenas compreendendo as profundezas do próprio eu o mago domina a si mesmo o suficiente para dominar energias exteriores si. Isto se chama VONTADE, e nela se resume a máxima magística QUERER.

Ser mago é também estudar para dedéu. Ler tudo que aparece pela frente e testar se funciona. Aprender na prática que alguns autores de grimórios são bastante zoeiros e colocam armadilhas no caminho para dissuadir os incautos. É colecionar conhecimento de todas as fontes, o que é falado dos mais experientes, as descobertas dos iniciantes, a sabedoria popular. Isto se chama CURIOSIDADE, e nela se resume a máxima SABER.

Você é um mago? Espere, não responda, isto realmente não tem importância alguma. Eu nem sei se sou um. Talvez eu seja, talvez não, melhor não tentar descobrir. Continue se esforçando, se quanto mais o tempo passar, menos você fizer ideia de como responder a pergunta, teremos aprendido algo muito importante.

9 de abr. de 2020

Desenvolver a Mediunidade

            


Faz um bom tempo que escrevo sobre este assunto, entretanto, apenas para o grupo fechado de trabalho mediúnico que faço parte. Resolvi ampliar mais, discutir mais sobre como mediunidade é uma faculdade natural que qualquer pessoa pode desenvolver, em especial no que toca à Umbanda, então posto a introdução deste trabalho, que é em forma de perguntas e respostas, que deve se tornar algo maior em breve. 



O que é mediunidade?

Mediunidade é a faculdade possuída por todos os indivíduos, em diferentes graus, como seres interdimensionais, de proporcionar o intercâmbio de energias, vibrações e comunicações entre tais dimensões. Somos todos médiuns, uma afirmativa muito verdadeira.
O ser humano está inserido em diversos planos distintos. Sua matéria está no mundo físico, o espírito desdobrado em dimensões espirituais. Como a interdimensionalidade dos corpos é inerente a todos, a mediunidade também o é.

A mediunidade é dom ou pode ser desenvolvida no decurso de uma encarnação?

Certamente que sim, a mediunidade pode ser desenvolvida. Se todos os demais atributos do ser humano, seja a inteligência, a memória, a saúde física, bem como a moral podem ser melhoradas no decurso de uma encarnação, nada mais lógico que a habilidade de mediar entre as realidades física e espiritual também o possa.
A palavra dom pressupõe algo que existe na essência do indivíduo e o faz exercer determinada atividade ou prática de forma mais fácil e de maneira superior às pessoas comuns. Tomada esta definição, não concordamos a ideia de dom para se referir a mediunidade. Não é dom e sim faculdade, habilidade. Existe em um nível inerente a cada pessoa, mas também pode ser desenvolvida, inclusive por se manifestar de diversos modos.

Qual a diferença de mediunidade para paranormalidade?

A mediunidade é o intercâmbio entre mundo físico e espiritual. Paranormalidade são habilidades humanas que fogem ao senso comum, ao que é esperado do homem médio. Poderíamos dizer que todo médium é paranormal, mas nem todo paranormal é médium, vez que o paranormal pode apenas manifestar energia mental em nível superior às pessoas comuns ou fazer a mediação, mas não entre mundo espiritual e físico e sim mental e físico.

Que tipos de mediunidade se trabalha na Umbanda?

A Umbanda trabalha principalmente com a mediunidade de incorporação. Tal forma de manifestação mediúnica é tão presente que muitos pensam ser a única trabalhada, o que é um engano. Trabalhar na Umbanda de forma ativa exige um domínio de diversas formas de intercâmbios de forças e comunicações. Dentre outras manifestações, a Umbanda lida com mediunidade de cura, clarividência, clariaudiência, psicografia, escrita intuitiva. Nem sempre são desenvolvidas e trabalhadas individualmente, mas despertam se aprimoram com o esforço constante e a dedicação na melhora das próprias habilidades, bem como na melhora moral e espiritual.

Quem pode desenvolver?

Qualquer pessoa pode desenvolver, é recomendável apenas que se procure ter consciência dos próprios limites e não se force a alcançar nenhum nível em nada por comparação aos outros ou quaisquer outros motivos que não sejam o simples desejo de ajudar ao próximos. Principalmente quando se trata de mediunidade de incorporação, pelos mais diversos motivos, tal mediunidade pode não ser adequada e até mesmo não ser possível de ser desenvolvida por determinada pessoa em determinado momento ou determinada vivência terrena. O que não impede que outras mediunidades possam ser desenvolvidas. O médium na Umbanda deve sempre ser visto, e ver a si próprio, como um instrumento da espiritualidade maior. Nem mais, nem menos. Se deseja dedicar-se à mediunidade, ponha-se à disposição dos benfeitores espirituais e estes irão guiá-lo para a forma de trabalho na qual será mais útil.

O que é desenvolvimento mediúnico?

Dá-se o nome de desenvolvimento mediúnico ao conjunto de prática destinados a trabalhar a mediunidade. Seja no sentido de despertar - quanto esta encontra-se em nível praticamente imanifesto, seja no sentido de aprimorar - quando já se encontra com algum grau de ostensividade.