23 de jan. de 2012

O Dever do Mago


O Dever do Mago
É abraçar a natureza como mãe criadora
Pois se os profanos possuem tal obrigação pelo simples fato de ela fornecer o sustento para seu corpo
Tão mais deve fazê-lo o mago
Que conhece e absorve todo o potencial da fonte geradora

O Dever do Mago
É tratar bem todos os seres vivos
Pois se até o  profano deve fazê-lo
Pelo simples fato de isso ser o melhor para a vida social e a paz interior
Mais ainda deve o mago
Que conhece as energias sutis que formam as emoções negativas e positivas

O Dever do Mago
É jamais subestimar os outros
Pois se até os profanos devem seguir isso para evitar decepções e geração de inimigos
Mais ainda deve o mago
Que sabe serem todos iguais
Diferenciados apenas  pelos terrenos que percorreram nos áridos caminhos das existências

O Dever do Mago
É deixar o amor tomar conta da sua vida
 Pois se até os  profanos devem fazer isso, apenas para se sentirem bem
Mais ainda deve fazê-lo o mago
Que sabe que, de todas as fontes de poder, a única ilimitada é o amor

O Dever do Mago
É estar sempre consciente de suas obrigações
Pois se até o profano deve fazer isso para manter a vida em ordem
Mais ainda deve fazê-lo o  mago
Que sabe que sem disciplina apenas andará em círculos na senda da evolução

O Dever do Mago
É honrar aqueles que o precederam
Pois se os profanos devem fazer isso para honrar suas histórias coletivas
Mais ainda deve fazê-los os magos
Que sabem que a  vida do homem é um grande livro no qual cada um é apenas uma pequena, singela e indispensável letra

O Dever do Mago
É transmitir aquilo que sabe
Pois se os profanos entendem o papel disso para o avanço das sociedades
Melhor ainda devem entender os magos
Que sabem que cada um que se ilumina contrai obrigação irrenunciável para com a iluminação de toda a humanidade

O Dever do Mago
É aprender com seus erros
Pois se os profanos vêem nisso grande sabedoria
Mais devem ver os magos
Que sabem que a verdadeira sabedoria transcende ao homem e a esse mundo

O Dever do Mago
É jamais deixar de confiar em si mesmo
Pois se os profanos vêem que isso é a chave do sucesso material
Mais importância deve os magos dar
Pois sabem que toda mudança surge no interior do homem
Que precisa ser forte e estar sempre preparado interiormente para tudo

O Dever do Mago
É não esperar que o destino resolva as coisas sozinho
Pois se até os profanos entendem que o homem deve assumir as rédeas da sua vida
Mais longe devem ir os magos em tal conceito
Pois entendem que a vida é longa, muito longa para ser deixada ao léu

O Dever do Mago
É servir
Pois se os profanos entendem nisso uma virtude
Mais importância devem os magos dar
Pois sabem que o que enviamos retorna sempre, nenhum homem tem um motivo bom o suficiente para justificar a prática do mal

O Dever do Mago
É seguir seu próprio caminho
Pois se até os profanos valorizam a autenticidade
Mais ainda devem os magos entender o valor de quem desbrava seu destino e seu caminho ao invés de querer seguir as trilhas abertas por outras pessoas
Cada trilha é feita sob medida para quem a abriu

O Dever do Mago
Não é apenas dever
Não é obrigação
É apenas o que deve ser feito para alcançar seu objetivo maior como mago
Ascender
Que os caminhos da ascensão brilhem como miríades de luzes nos universo a todos os que são cônscios e ativos cumprirem seus deveres para consigo mesmo.



De 09/09/2009, entre meia noite e meia noite e meia.

20 de jan. de 2012

Manifesto Universalista



O que seria um Universalismo? Universalismo deriva diretamente de universal, que por sua vez, deriva de universo, universo é uma totalidade, universal é aquilo que vale para todos, que se expande de forma a preencher por completo um universo. Então, que definição se pode dar do universalismo religioso? Em primeiro lugar, devemos esclarecer que o universalismo não é uma religião, e sim uma posição filosófica acerca da religiosidade, ou seja, não se trata de um conjunto de dogmas e ritos estabelecidos sob uma hierarquia organizada e sim uma atitude, uma forma de ser e agir acerca do que se entende por religião. 

Após esse esclarecimento inicial, cumpre-nos deixar claro o que é religião, de onde se origina essa palavra, pois a essência de seu significado é a chave de todo o pensamento universalista. O termo religião se origina da palavra religare, que significa religar. Toda religião, por conseguinte, consiste na proposição de uma forma de nos religar. 

Mas, religar com que? Com a inteligência suprema que é a causa de tudo que conhecemos e desconhecemos. Disso concluímos que toda religião parte do pressuposto de que existe Deus e que devemos nos colocar em harmonia com ele. Elas divergem na forma pela qual se pode chegar a essa harmonia. Essa simples questão é o motivo de inúmeros focos de ódio, guerras e ignorância que assolam a humanidade em todas as épocas e culturas. 

O que indagamos é: pela lógica, pela mais pura e límpida lógica, há sentido nessas discussões todas? A resposta vem fácil; não, não há o menor sentido em tudo isso, porém, poucas pessoas tem consciência disso e menos ainda agem conforme a consciência de tal fato. 

Porque isso acontece? Simples, porque o homem possui uma imensa preguiça de usar a sua lógica, o seu raciocínio (não é a toa que matemática é uma das matérias que se menos gosta nas escolas) e dessa forma, prefere continuar com as mesmas crenças, preconceitos e bloqueios mentais herdados das gerações anteriores ao invés de pensar racionalmente para alcançar a verdade. 

Algumas correntes de pensamento incluindo certas religiões, falam que cada crença possui sua verdade e que todas essas verdades devem ser respeitadas. Isso é um ponto básico gerador de respeito e tolerância entre os diferentes credos, porém, leva diretamente a uma questão altamente complexa: existe uma verdade universal sobre Deus e a existência? 

Sim, há. E a grande evidência disso é que se não houvesse, não seria possível haver Deus algum. Qualquer conceituação que venhamos a fazer de Deus é uma forma de limitar seus atributos, que são infinitos. Conceituar Deus é uma forma de tirá-lo da posição de Deus. O mais sábio seria reconhecer sua existência, senti-lo agir ao nosso redor e entender nossa absoluta ignorância quando se trata da tarefa de conceituá-lo. 
Embora todas as posições religiosas sejam merecedoras de grande respeito, a realidade é una, removendo os véus que são colocados diante de nossos olhos um a um, ficará a verdade maior sobre Deus, que não revoga nenhuma crença em particular, apenas faz com que todas elas ao mesmo tempo façam sentido.

É possível que essa verdade universal seja aquela que é pregada por uma religião determinada? Vamos refletir logicamente sobre isso. 

Existem inúmeras variações religiosas sobre o planeta, mesmo que a verdade estivesse com alguma das que tem maior quantidade de seguidores, ainda assim haveria uma porcentagem imensa de seres que estariam vivendo uma mentira, ou seja, estariam “à margem de Deus”

Isso é algo completamente ilógico e injusto, porque Deus se revelaria a um grupo de pessoas e a outro não? Porque Deus elegeria um povo para ser seu seguidor e condenaria todos os outros? Se tudo que existe tem origem na mesma fonte, o mais lógico é que todos sejam iguais perante essa fonte. Ou seja, para Deus não há nenhum grupo, pessoa, nação ou religião que seja melhor que as outras. Não faz sentido alguém ser criado para ser bom e outro para ser mau, um povo para ser protegido por Deus e outro para ser inimigo, nada disso guarda qualquer grau de compatibilidade com a idéia de um Deus bom, justo, perfeito e infinito em todas as coisas. 

Outro ponto a ser levantado é o seguinte: se a verdade estivesse em uma única religião, deveria ser na mais antiga religião surgida no mundo, pois Deus não iria deixar o ser humano tempos e tempos vagando pelo planeta para apenas após muita coisa acontecer revelar a forma de se harmonizar com ele. Não seria mais lógico esse conhecimento ter sido revelado na aurora dos tempos? Sim, isso é o mais óbvio, é algo claro, lógico e perfeitamente verificável, apesar de ser ainda negado e ignorado por grandes massas de pessoas. 
Primeiro vejamos: como se determina a forma como as coisas devem acontecer na natureza? Simples, os eventos naturais são determinados por leis universais. 

Há a  lei da gravidade, a lei da gravitação universal, a lei da evolução, e tantas outras que são caracterizadas por seu universalismo, ou seja, funcionam sempre da mesma forma, não importa onde nem com quem. Átomos serão sempre formados pelas mesmas partículas, não importa onde se encontrem, a constituição da luz também.


Em qualquer parte do universo, água será sempre a união de dois átomos de hidrogênio com um de oxigênio. A ciência surgiu a partir da consciência de que existem leis naturais que estabelecem como as coisas funcionam, e que essas leis podem ser descobertas, se existe um composto chamado ácido sulfúrico, a ciência sabe que deve haver uma lei universal que rege sua formação. Não é resultado de eventos caóticos impossíveis de serem explicados, é algo regido por processos que serão sempre iguais e ao serem repetidos trarão sempre os mesmos resultados. 

Da mesma forma, se há Deus e há um caminho para nos ligarmos a ele, tal caminho deve ser uma lei universal, um conjunto de princípios que funcionam de forma igual em qualquer parte do universo e para qualquer ser que nele exista. Não se trata de algo que vale para cristãos e não vale para muçulmanos, que valha para orientais e não valha para ocidentais. 

Voltando a analogia da água, quando se mistura dois átomos de hidrogênio com um de oxigênio, o resultado sempre será água, não importa se o processo foi realizado por um brasileiro, um russo ou um americano, não importa se estamos na terra ou em marte, o resultado sempre será água. Assim é com a lei sobre a ligação com Deus, ela é universal, vale para todos, não importa se alguém é hindu, budista, xintoísta ou taoísta, não importa se alguém é cristão católico, ortodoxo ou protestante, quando se aplica essa lei, o resultado sempre será a ligação com Deus, e jamais deixará de ser assim. 

Se Deus deu origem a leis para reger a forma como uma pedra cai no chão quando solta no ar e a forma como a chuva se forma nos céus e se precipita em direção a terra, porque ele não originaria uma lei sobre como se conectar com ele? 

E se a lei da pedra lançada no ar e da chuva que cai na terra são universais, funcionando da mesma forma para qualquer ser em qualquer lugar, porque uma lei tão importante como a que fala sobre como se ligar com Deus seria exclusiva de um único  povo ou grupo religioso?  Seria um conhecimento tão sublime inferior as leis que regem as pequenas coisas a ponto de nem mesmo ser universal? 

Nossa lógica e nossa razão acusam que há uma verdade superior. E que a mesma é grande demais para ser encerrada nos domínios de uma única religião. Na verdade, grande demais até mesmo para os domínios de todas as religiões reunidas. A lei para se acessar Deus é uma lei natural, que não é exclusiva de ninguém, existe para todos, e funciona da mesma forma sempre, não importam as circunstancias. 

O que fica a ser esclarecido é: como então conhecer e praticar essa lei? O caminho é o mesmo que a ciência usa para conhecer e utilizar as demais leis, razão e observação.  A única diferença é que o acesso a Deus, o religare, é algo que se constrói de forma única para cada pessoa. Assim como diferentes plantas ao serem regadas produzem diferentes flores, diferentes pessoas interagirão com a lei de forma diferente. 

O que podemos discutir são apenas os elementos gerais da lei, aos quais, qualquer um pode chegar usando o simples raciocínio. Agora, a parte prática da lei, a forma de agir, a forma de vivê-la, cada um deverá descobrir intimamente.


Em outras palavras, podemos explicar como e porque um objeto ao ser solto no ar cairá no chão ao invés de flutuar, mas para sentir isso acontecendo, é preciso que você jogue seus próprios objetos e observe-os cair. 

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